A alguns dias atrás comprei uma belíssima bolsa de compras da Natura por uma quase bagatela de R$ 15,00. Praticíssima, e diz que vai ser ótima para substituir os plásticos que se usam em supermercados. Na verdade, além dos benditos plásticos de supermercado, eu pensei mais na facilidade de carregar todas as compras junto. Seja no carro, seja a pé. Só acho que não vai bem quando se vai de bicicleta ao supermercado.
Desde domingo, estava feliz por fazer parte do seleto grupo de brasileiros que de alguma forma tenta minimizar os problemas do meio ambiente. Do tipo, tento diminuir a quantidade dos meus resíduos sólidos tentando encaminhar para a reciclagem. É só tentar pois aqui em Joinville a coisa simplesmente não funciona.
Enfim, voltando as sacolas plásticas do supermercado, fui me gabar com meu caro amigo Deco da compra da minha bolsa maravilhosa. Ele me questionou quanto ao uso dessas sacolas de supermercado como forma de colocar o lixo doméstico e enviar para o lixo. Como em 99,8% do território nacional, o lixo é levado para lixões e ali fica a mercê da mãe natureza.
Começou uma discussão interessante. O que é melhor: as sacolas de supermercado ou as sacolas de lixo? Passei algumas horas pesquisando sobre o que seria o melhor e eis aqui algumas ponderações.
Primeiro argumentei que as sacolas de lixo seriam as mais eficientes pois poderiam ser feitas de plástico reciclável, ou seja, se decomporiam mais rápido. Fui procurar na internet o que achava sobre os sacos de lixo e não encontrei nada senão as ofertas de lojas na internet. O que me chamou a atenção foi de que a principal palavra para descrever seria: resistentes. Ora, não precisa ser gênio para entender que sacolas resistentes para manter o lixo e seus líquidos no seu interior também não irá permitir com que estas sejam passadas ao exterior.
Pensei nas sacolas de reciclagem, que, supostamente, seriam menos resistentes. Contudo, se for comparar a gramatura dessas com as sacolas de supermercado, dá pra ver que elas são quase que semelhantes (salvo melhor juízo). Ou seja, minha conclusão já está quase no sentido de que, a não ser que você queira gastar mais dinheiro, compre sacolas lixo e produza mais lixo! Quem conhece as sacolas de supermercado, sabe que resistência não é o melhor atributo.
A prova definitiva para mim veio com alguns artigos que pesquisei na wikipedia. Segundo a maravilhosa fonte de saber, nem o plástico nem o papel se decompõe em lixões. O motivo é simples. Não há oxigênio, nem luz solar nem qualquer outra coisa que permitam com que o negócio se apodreça. Enquanto estiver coberto e soterrado, poderemos esperar mais de 600 anos literalmente a espera de um milagre. Li que a melhor forma de se lidar com esses plásticos seria de incinerá-los, convertendo em energia (e dá-lhe emissão de carbono na atmosfera).
Por fim, não estou convencida em substituir as sacolas de supermercado pelos sacos de lixo. Talvez a maior vantagem seria de que você usaria menos plástico em relação ao lixo que você embala. Nem o lixo, nem a sacola, nem o papel que se deixa de reciclar vão se apodrecer :-)
Da minha parte, até achar algo mais convincente, vou continuar usando as sacolas de supermercado para jogar fora meu lixo doméstico. De qualquer forma, vou reduzir a "aquisição" dessas fazendo uso da minha maravilhosa e super poderosa bolsa da natura. Infelizmente por motivos desnecessários muito desse plástico para no lixão (apenas 1% do plástico consumido é reciclado) ou para o meio ambiente (sufocando as tartarugas, jogadas no mato ou nos rios - como todo bom brasileiro faz). Portanto, vejo como salutar não adquirir tanto plástico desnecessário. Como vou precisar de uma sacola de plástico para embalar talvez um pacote de leite, essa será destinada ao lixo doméstico.
Se cada pessoa diminuir no número das sacolas, os supermercados não irão mais adquirir tantas dessas. Não havendo mais tantas sacolas, talvez quebre alguma fábrica de sacola e enriquece o supermercado - que não vai mais ter essa despesa. Não havendo mais tantas sacolas, será consumido menos petróleo (enquanto os bioplásticos chegam). Não havendo tantas sacolas, o jogar fora por qualquer motivo também diminui (a não ser que você queira colecionar sacolas).
Espero poder ajudar de alguma forma dessa forma.
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5 comentários:
Olá.
Encontrei seu artigo pesquisando sobre o mesmo assunto. Há algum tempo venho fazendo uso das sacolas retornáveis. O que mais me pergunto é o quão ecologico estou sendo se mesmo assim preciso comprar sacos de lixo plásticos. O ganho que consigo enxergar, é que utilizando as sacolas de supermercado somente para o lixo, e não para carregas todas as compras eu consumo menos. Portanto ao ir ao supermercado, metade das compras vão na sacola retornável e metade nas normais plásticas. Estas sacolas são suficientes para o lixo. As vezes me pergunto se os sacos de lixo, os próprios, não são biodegradáveis. Aí seria um ganho enorme. Parabéns pelo artigo. Creio que muitas pessoas como nós têm a mesma dúvida e param de agir assim ao primeiro olhar estranho que recebe no supermercado!!! Sim, as pessoas em volta olham muito, como se não entendessem o porque das sacolas diferenciadas no meu carrinho de compras.
Enfim, não fui só eu que pensei nisso também.
Quase não tenho sacolas plásticas em casa, e tenho pelo menos 4 modelos diferentes de sacolas retornáveis.
Cai no mesmo problema... uso as sacolas para por o lixo, e pensei no que seria adequado substituí-las. Achei esse artigo, e pelo jeito essa é uma pergunta que ainda está sem resposta.
Quanto tempo demorará para alguma empresa conseguir encontrar uma solução para este problema?
Seria o correto utilizar sacos de qual material para o lixo? E isso é economicamente viável?
Ainda precisamores esperar algum tempo para ter essas soluções...
Após encontrar este artigo, continuei com minha pesquisa.
Fiquei feliz em encontrar empresas como esta:
http://www.resbrasil.com.br/
Eles estão produzindo sacos e sacolas de plástico Hidrossolúvel, para diversos fins.
Espero encontrar logo desses para vender como Sacos de Lixo. Quando isso acontecer, acabo de vez com meu uso de sacolinhas plásticas...
Olá,
Meu nome é Eduardo e sou da RES Brasil.
Peço sua permissão para informar e comentar sobre alguns pontos.
Petróleo não é extraído com a finalidade de produzir plásticos. Plástico é um co-produto do petróleo, presente entre 3 a 5% de cada barril, e que não serve para outra coisa a não ser produzir matéria prima para produção de plásticos. Se estes 3 a 5% de cada barril não for utilizado para a fabricação de plásticos, então será queimado nas refinarias.
O bom senso e o não desperdício apontam então para a fabricação de bons produtos, como são os plásticos, ao invés de queimar simplesmente na refinaria.
Plásticos também podem ser obtidos a partir do Etanol, proveniente da cana-de-açúcar, por exemplo. Neste caso, a única diferença é a origem, onde passa de uma fonte não renovável, para uma fonte renovável. Este plástico é mais caro e só é economicamente viável diante de uma muito alta dos preços do petróleo.
Vale salientar que ambos são idênticos quanto à persistência no meio ambiente, depois do descarte, portanto de difícil e lenta biodegradação.
Além disto, existe uma discussão sobre o uso de terras férteis para plantio de cana-de-açúcar para obtenção de Etanol para fabricação de plásticos. Será que vale a pena em um mundo onde existe fome?
Em relação a biodegradação.
Biodegradação de materiais vai acontecer desde que existam condições para isto.
Nas profundidades de aterros ou em ambientes onde não existe oxigênio a biodegradação pode se dar através de microorganismos anaeróbicos, e o resultado desta degradação será água, Metano, CO2 e biomassa.
Por exemplo, isto acontece com orgânicos, papéis e plásticos fabricados a partir de matéria prima renovável, tais como amidos e outros;
Biodegradação em condições de existência de oxigênio é realizada por microorganismos aeróbicos e o resultado é CO2, água e biomassa. É o caso dos plásticos oxi-biodegradáveis d2w, que a RES Brasil representa no Brasil.
Sacolas retornáveis.
É uma boa prática que deve ser sempre a preferencial. Não importa o tipo de material. Mesmo sendo de plástico degradável, ela pode ser usada diversas vezes. E reciclada depois de ficar estragada, ou se for indevidamente descartada no meio ambiente, vai ser totalmente degradada.
Se a opção for de pano, juta, papel, tanto faz, realmente é uma boa prática.
Mas o que se deve ter em mente é que nem sempre as pessoas vão às compras e levam estas sacolas. E acabam tendo que utilizar sacolas plásticas oferecidas pelo comércio.
Neste caso, nossa sugestão é que sejam oxi-biodegradáveis, que poderão ser reutilizadas, recicladas e caso sejam abandonadas pelas pessoas no meio ambiente ( o que nunca deveria acontecer ) , vão ser totalmente degradadas em pouco tempo, sem oferecer perigo ao meio ambiente.
Plásticos hidrossolúveis. Podem ser utilizados na fabricação de sacolas, mas isto não acontece. Não se produz pelo motivo que iriam se dissolver com qualquer pingo de água, da chuva ou vindo dos produtos que embalam. Plásticos hidrossolúveis são utilizados para outras finalidades.
Em relação ao uso de sacolas plásticas de supermercados como saco para lixo doméstico:
Minha opinião é que é uma boa prática e reflete bem o conceito de reutilização. Vejam, se não utilizar as sacolas plásticas que recebemos dos supermercados, então teremos que comprar sacos plásticos para usarmos nos lixinhos de banheiro e cozinha. Acabaríamos tendo que comprar mais sacos, mais sacos seriam produzidos, mais matéria prima consumida, mais energia gasta, mais lixo plástico gerado etc
Em relação a sacos para lixo:
Na maioria dos casos os sacos plásticos para lixo são fabricados com material reciclado, produzido a partir de reciclagem de sacos e sacolas plásticas em geral. Por este motivo são geralmente mais grossos. A reciclagem de plásticos geralmente retira do plástico algumas de suas características, tal como resistência e por isto que todo produto fabricado com plástico reciclado geralmente é mais grosso e muitas vezes têm odores não muito agradáveis.
Vale ainda lembrar que plásticos reciclados não podem entrar em contato com alimentos.
Sacos para lixo oxi-biodegradáveis d2w RES Brasil podem ser encontrados a venda em diversos supermercados do Brasil e do mundo.
Assim como sacolas plásticas de compras de lojas e supermercados etc.
Em resumo, plásticos oxi-biodegradáveis d2w, ou hidrossolúveis, os quais representamos no Brasil, podem não ser a solução definitiva para o problema gerado pelo descarte incorreto dos plásticos no meio ambiente. Mas já é um passo da ciência para tentar resolver este problema que é muito mais de educação ambiental e de aumento de interesse na reciclagem deste tipo de material, que é muito pequeno quando comparamos com outros tipos, por exemplo, latas de alumínio.
O uso e incentivo às alternativas não nos exime das boas práticas de redução, reuso e reciclagem. Porém ainda está longe o cenário onde nenhuma sacola plástica vá parar no meio ambiente, onde vai ficar abandonada, sem interesse para a coleta e reciclagem, prejudicando a vida, poluindo o meio ambiente, entre tanto males.
Atenciosamente
Eduardo Van Roost
Sobre os sacos de lixo, há sim sacos de lixo bio-degradáveis no mercado e estes na minha opinião são a melhor opção. Eu inclusive os utilizo.
Com relação qual saco utilizar no descarte. Eu faço o seguinte, para o lixo que será destinado a lixões, utiliza o saco biodegradável, pois será decomposto junto com o lixo. Entretanto, para o material reciclado que separo utilizo o saco comum mesmo, pois ele será destinado a reciclagem junto com os materiais internos.
E por fim sobre o uso de plásticos, o problema maior deles é que mesmo sendo só 5% de petróleo, é muito sendo usado no mundo petróleo. E o carbono desde não faz parte do ciclo de carbono existente no meio ambiente. Ou seja, esse carbono não voltará a ser petróleo. Portanto, qualquer derivado de petróleo deve ter seu consumo reduzido, e sobre a questão de que será ou não queimado, tenho certeza de que vocês são capazes de encontrar outras utilizações para esses produtos se acharem que podem ganhar algum dinheiro. Então, dizer que se não usar, vai queimar e dar na mesma não é verdade.
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